31 de maio de 2014

O Calvinismo Social




Já estou cansado com o "calvinismo social", justiça social, TMI, e afins.

ÓBVIO é o fato que concordo com obras sociais, mas acontece que esse pessoal, quando não deixam bem claro, deixam nas entrelinhas - e, consequentemente percebe-se que esse é o eixo de sua teologia - que o alvo, o objetivo, a preocupação última, o âmago, o centro da fé é a justiça social.



Acabo de ler um texto de um dos ícones do "calvinismo social" dizendo que:

1 - Cristo andou aonde mais se necessitava de compaixão.

2 - Cristo dedicou quase toda a sua vida para cuidar dos miseráveis.

3 - Santidade também é se importar com as mazelas sociais.

4 - O amor aos necessitados é o maior princípio ético.

5 - Encontre Deus no pobre!


Analisando as sentenças, precisamos pensar:

1 - A compaixão de Cristo era restritamente ligada à pobreza? Será que o objetivo da pregação de Cristo era somente erradicar a pobreza material?

2 - Será que Cristo dedicou sua vida quase toda apenas para livrar os judeus da opressão romana? Será que isso valia mais do que arrependimento, perdão de pecados, reconciliação, salvação, fé, graça, etc?

3 - Uma igreja santa é uma igreja separada. O Espírito nos santifica para toda boa obra, inclusive a obra social. Mas será que uma igreja inerte (algo que seria um erro) deixa de ser santa pelo Espírito que já a santificou por não acudir o pobre? Que confusão!

4 - Tenho preocupações de tornar o amor aos necessitados um dogma maior que as coisas espirituais do Reino de Deus. Uma coisa não anula a outra, mas PRIORIZAR esse amor que passa por cima da real necessidade do homem sem Deus em prol da erradicação da miséria, mostra uma leitura humanista, antropocêntrica (sim!) do Evangelho. As consequências são muitas e grandes. Inclusive o Cristo social deixa de ser o Cristo Messias.

5 - Apesar de Deus se preocupar com o pobre, acho tão liberal e pecaminoso dizer aonde Deus deve estar quanto dizer que Deus não existe. Me desculpem, mas é isso mesmo.



Estão criando um Deus e um Evangelho socialista!


Pode ser que alguém tente argumentar que: "Não! Obra social é de fato secundário diante do Reino de Deus, do Evangelho. Não estamos querendo dizer isso."

O problema é que estão dizendo isso! Além disso, estão dizendo-fazendo.

É complicado demais colocar os carros na frente dos bois. A ideia é ótima, ajudar mais ainda. A igreja (cristãos) deve fazer obra social. Mas Cristo é o fundador de sua Santa Igreja e não de uma ONG piedosa. Tem que saber separar. Cria-se uma confusão para todo o cristianismo, inclusive para a própria pessoa de Cristo, como eu mesmo disse.

É só minha opinião. Podem discordar. Mas acho que está bem evidente nas falas, nos atos e na mentalidade que essa "linha social" está sendo colocada no centro, no lugar que é de Cristo.

Poderia resumir minha crítica da seguinte forma: o amor aos pobres em nome de Cristo está se tornando maior do que o amor à Cristo e ao seu Reino.

No mínimo, é uma questão a ser repensada...

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